E outras coisas a saber sobre a vida acadêmica
Chegou o momento em que, como consequência natural do seu percurso de estudos (ou de trabalho), como investimento na carreira ou por simples vontade de aprofundar conhecimentos, você considerou uma boa ideia fazer um curso de pós-graduação. Ou então está cara a cara com um dos primeiros desafios da sua vida universitária, o trabalho de conclusão de curso da graduação. E teve o primeiro contato com as famosas regras de formatação estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ou, simplesmente, “as normas da ABNT”.
Motivo de dor de cabeça para muitos estudantes (e pesquisadores), esse conjunto de regras surgiu exatamente para eliminar conflitos na documentação de trabalhos científicos, padronizando termos e estruturas e facilitando a consulta posterior às pesquisas. Surgida na década de 1940, a ABNT logo passou a integrar o TMB (Technical Management Board), ao lado de instituições de outros 12 países designadas para organizar o desempenho de atividades e trabalhos técnicos.
Por tudo isso, apesar das adaptações iniciais, escrever sua pesquisa de acordo com as normas da ABNT pode garantir o acesso de outras pessoas à sua pesquisa no futuro, assegurando a documentação e uso de seus resultados tanto por você mesmo, como por outros pesquisadores. Então, respire fundo e comecemos…
Uma busca na internet trará várias páginas com instruções detalhadas de como estruturar seu trabalho (esta, por exemplo). Por isso, não irei reproduzi-las aqui – ao invés disso, comentarei as principais dúvidas e desafios trazidos pelos estudantes que buscam revisão profissional para suas monografias. Elas podem ajudar em alguns passos do caminho. 😉
Procurando referências:
Como já vimos, a internet é generosa em fontes de consulta para trabalhos acadêmicos – tanto para as regras, como para o conteúdo em si. E aqui chegamos à primeira dica, ou melhor, a um importante conselho: por mais que seu tempo seja curto e seus compromissos muitos, não copie integralmente trechos de outros trabalhos ou páginas da web. Esta “solução” pode colocar a perder todos os meses e anos de sua dedicação acadêmica, além de sua reputação como pesquisador (e não só). Quando utilizar informações de outrxs autorxs, nunca deixe de citar corretamente a fonte, e, em caso de citação literal, coloque sempre a frase ou trecho entre aspas, de acordo com as regras de formatação. Use a facilidade de acesso à informação a seu favor, enriquecendo sua pesquisa!
Já sobre a normatização do trabalho em si, você poderá encontrar tutoriais, esquemas gráficos e até programas que prometem formatar o trabalho automaticamente. No entanto, qualquer que seja o “apoio” escolhido, é importante confirmar se as regras “gerais” se aplicam 100% ao seu caso – pois é comum que as escolas, universidade e até professores estabeleçam seu “conjunto próprio” de normativas, adaptando as normas gerais ou usando como referência sistemas internacionais, como o da APA. Muitos publicam documentos complementares com suas regras – procure na sua escola se existe algo do tipo.
Começando a escrever…
É comum a dúvida sobre como deve ser um texto acadêmico – se mais formal, “literário” ou conceitual. A melhor recomendação, especialmente para quem está iniciando a vida acadêmica, é privilegiar a clareza e objetividade. Algumas regras são fundamentais: seu texto deve ser correto do ponto de vista gramatical e ortográfico, evitar gírias e expressões excessivamente coloquiais, além de seguir uma coerência de estilo. Mas não tente “criar” um perfil de redação diferente do seu. Ao invés disso, para tornar o texto mais rico, utilize exemplos, traga os conceitos para perto da realidade de sua área, inclua referências e autores diversos na pesquisa.
A melhor forma de aprimorar sua capacidade de redação, dentro ou fora do universo acadêmico, é através da leitura: com a prática, seu repertório linguístico se beneficiará diretamente da sua experiência como leitor e isso se refletirá cada vez mais em sua escrita. Se tiver dúvidas, lembre-se que uma linguagem clara irá contribuir para o entendimento de sua tese e para a defesa diante da banca depois. E claro, nunca dispense uma revisão minuciosa no final, seja sua ou de alguém da sua confiança.
E por falar em banca, escreva também nesse momento! Além da apresentação que você preparará com antecedência, tenha à mão uma caneta e um bloco de anotações para tomar nota das observações que os professores farão. Com atenção, ouça o que eles têm a dizer e anote os pontos principais de cada um, para responder por tópicos no momento da réplica. Além de evitar esquecimentos, o simples ato de anotar ajudará a organizar sua mente para discutir em seguida as questões levantadas.
Por fim, seguem algumas definições que fazem parte do mundo acadêmico, e que fazem parte dos primeiros passos de uma carreira universitária. Boa sorte e… keep going!
Pós-graduação, mestrado, doutorado, MBA…
No Brasil, todos os cursos realizados por profissionais já graduados são chamados de “pós-graduação”. Elas se dividem em lato sensu (do latim “em senso amplo”) – especializações e MBA’s – e stricto sensu, os mestrados e doutorados. As pós-graduações lato sensu são, normalmente, de menor duração e voltadas a profissionais que querem se aprimorar para o mercado de trabalho. Já as stricto sensu são mais voltadas à pesquisa e a quem pretende se dedicar ao ensino e à carreira acadêmica.
Currículo Lattes
O “currículo lattes” é o currículo constante da plataforma de mesmo nome, batizada assim em homenagem ao físico brasileiro César Lattes – destaque mundial na área de física atômica e um dos idealizadores do CNPQ. A Plataforma Lattes é a principal fonte de referência da produção acadêmica de alunos, pesquisadores e professores brasileiros. Por isso, é uma boa ideia (sendo inclusive obrigatório para alguns cursos) incluir seu currículo ali.
Qualis
Sistema mantido pela CAPES, por meio do qual são avaliadas as principais publicações científicas nacionais e internacionais – especialmente aquelas ligadas à produção dos cursos de pós-graduação. Embora seus critérios sejam alvo constante de discussão, é um índice importante para quem pretende começar a publicar artigos acadêmicos que deem relevância à sua pesquisa. A consulta à plataforma de periódicos, assim como mais detalhes sobre o programa, podem ser acessados aqui.
Veja outros textos do blog
Siga também no Medium!